Arlequina ganha protagonismo de verdade

Após alguns problemas terem sido apontados por parte do público e esmagadora crítica especializada com os filmes passados, a DC encontrou um bom caminho com Mulher-Maravilha e Aquaman na tentativa de criar um universo compartilhado (o aclamado Coringa, indicado ao Oscar de Melhor Filme desse ano, não faz parte desse universo). E, agora, com Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa, parece que a máquina tá engrenando. O filme traz o mesmo clima colorido e caótico de Esquadrão Suicida, mas entendeu as várias reclamações da plateia e entrega um filme divertido, bem executado e trazendo um questionamento importante sobre a sociedade e o machismo.

Todas as personagens trazem consigo relações de poder com homens que ou se aproveitam do seu talento para ascensão profissional ou as controlam de alguma forma, daí vem a ideia de emancipação que não está presente somente na personagem principal. As cenas de ação são muito bem coreografadas; quando Arlequina (Margot Robbie, que é também produtora do longa) entra na luta, sempre se tem a ideia de que a personagem protagoniza um balé enquanto quebra os ossos do oponente – sim, o filme é bem mais violento do que Esquadrão Suicida – e também se diverte no processo. Ewan Mcgregor traz o vilão com uma insanidade que parece pegar um pouco emprestado do antigo amor de nossa protagonista (o Coringa de Jared Letto, claro), fazendo o papel do próximo homem que busca controlá-la.

A sacada do estúdio em entrar de cabeça no plano da Margot Robbie em realizar uma trama focada nas personagens femininas foi inteligente: trouxe uma personagem que é, junto com a própria atriz, extremamente carismática e a colocou sob os holofotes para que brilhasse. Um filme certeiro, bem feito e divertido, com um toque de insanidade e cenas de ação muito boas. Arlequina enfim tem um filme para chamar de seu.

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