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Fred Kyrillos Responde!

Confira a Entrevista Exclusiva

Fred Kyrillos é “O” cara do motocross estilo livre do Brasil. Sua bagagem inclui dois campeonatos nacionais, além de ter ficado na 3a colocação no X Pilots e ter sido o melhor brasileiro nos X-Games.

Bem, com tanta história pra contar, é melhor a gente cortar pra ele.

Fala, Fred!

1. Bicampeão nacional, melhor piloto brasileiro no X-Games e presença em todos os campeonatos internacionais.
Fred, certamente você já é uma referência no Motocross Estilo Livre. Quando você começou no esporte, esperava que seus voos o levasse tão longe?
Na verdade não. Eu sempre tive desejo de me tornar um piloto profissional, mas não esperava que isso fosse acontecer. Quando comecei o esporte era muito novo no Brasil, pouco estruturado, então no começo eu não via uma maneira de fazer da minha paixão uma profissão.
Ao longo dos anos o esporte foi evoluindo, eu fui crescendo como atleta e indivíduo, e graças ao apoio da minha família e dos meus patrocinadores eu consegui transformar esse sonho em realidade, e pude representar o motociclismo brasileiro em vários países do mundo.
2. Como começou seu interesse por motos e pelo Motocross Estilo Livre? Quando garoto, você teve alguma influência de algum amigo ou familiar?
Eu nasci praticamente em cima da moto. Meu pai, minha mãe, meu avô, todos os meus tios andam de moto. Eu tenho foto recém-nascido em cima da moto, e ganhei minha primeira aos 6 anos de idade. Não tem ninguém competindo na família, mas essa paixão pelas motos certamente foi uma influência. Eu também tive um tio que participava de competições de jet ski, e aquele ambiente competitivo dos motor sports também teve uma influência boa.Já no freestyle motocross, eu conheci o Marcos Dracena, que foi quem me colocou no esporte (ele infelizmente faleceu em um tombo). Ele me influenciou bastante a sair do motocross e ir para o freestyle. Eu já tinha o interesse, via os vídeos do pessoal fazendo aquelas manobras na California, mas não acreditava que era pra mim.
3. O Motocross Estilo Livre é uma modalidade radical, um tanto perigosa aos olhos do público. Conte-nos um pouco como é sua preparação física e emocional para encarar tantos desafios.
Realmente, é um esporte radical, de risco, de alta performance, que exige muito da parte não apenas física, mas também emocional do atleta. Ter entendido isso eu acredito que me ajudou muito na carreira e me fez ter bastante sucesso. Eu acredito que para todo treinamento físico que é feito, tem que ter um treinamento psicológico, então eu sempre treino o corpo e a cabeça. Eu leio bastante sobre psicologia esportiva, acho que esse é um diferencial importante porque hoje todo mundo está andando muito bem, então aquele 1% a mais de garra, de força, fazem a diferença.Na parte física, eu tenho um treinamento parecido com o do pessoal do motocross, mas mais light, porque eu não posso ficar tão forte quanto eles. Eu preciso ser o mais leve e ágil possível, então faço muito treinamento aeróbico, e algum treinamento com pesos também. O principal treinamento é com a moto, não há nada que dê o preparo que a moto dá ao piloto.Então é muito treinamento, muito estudo, muito auto-conhecimento. É um esporte que mexe com medo, com confiança, então ter o controle da mente é fundamental.

4.  A gente sabe que todo grande atleta, convive frequentemente com lesões. Você, inclusive, disputou um X-Fighters lesionado, mantendo em segredo uma fratura. Como é competir no limite do corpo?
O X-Fighters do ano passado foi uma prova bem dura pra mim, eu tinha acabado de voltar o Nitro World Games, campeonato que eu consegui pousar meu primeiro front flip, e no treino na casa do Travis Pastrana, amigo meu dos Estados Unidos que é ícone do esporte, eu acabei quebrando o pulso.Eu não tinha muito o que fazer, eu estava diante de dois megaeventos, com a possibilidade de conseguir bons resultados, e não ia ser essa fratura que ia me deixar de fora. Eu já tinha trabalhado tanto pra conseguir essas oportunidades, de competir com o pessoal lá de fora, que um osso quebrado não ia me tirar disso.Eu consegui um equipamento que limitava e estabilizava meu pulso, então a dor já era menor. Eu fiz bastante acupuntura antes, e encarava a dor. Eu acho que todo atleta já passou por isso, não foi a primeira vez, e acho que não será a última. O motocross em geral é um esporte muito agressivo com o corpo, e de vez em quando a gente tem que lutar contra a dor.

5. Das inúmeras manobras do seu arsenal de acrobacias, qual foi a mais difícil de executar pela primeira vez? E a mais difícil de repetir?

Pergunta interessante. Sem dúvida, a mais difícil de realizar pela primeira vez foi o backflip. A ideia de girar a moto de ponta cabeça, de abrir mão da segurança das manobras regulares, é um passo grande, difícil. Graças a Deus eu encarei essa barreira mais novo, o que facilitou, apesar de eu ter tido vários tombos, até uma fratura de fêmur para aprender essa manobra. Eu aprendi ela de uma maneira até que tranquila, mas foi a mais difícil, que me levou mais tempo para realizar. Eu conheço vários pilotos que a realizam muito bem no airbag e na piscina de espuma mas não fazem na terra, porque ela mexe muito com o psicológico. Mas tem que fazer, é uma manobra fundamental para o esporte.

Umas das manobras mais difíceis de repetir foi o front flip, que é o giro pra frente. É uma manobra muito técnica, da nova onda das manobras do freestyle, e que me exigiu bastante coragem. Eu aprendi ela até que rápido, em uma semana, mas é uma manobra que me machucou um pouco. Parece que a gente tem muito pouco controle sobre o salto, uma vez que a moto saiu da rampa, ou dá muito certo, ou dá muito errado! (risos). Tem que respirar fundo, encarar e confiar pra fazer. É uma manobra legal, que todo mundo gosta, é novidade, então daqui a pouco a gente tá fazendo ela de novo.

6. Em suas apresentações, o público o vai à loucura. Qual foi a maior loucura que você já fez pelo Motocross Estilo Livre?
Acho que decidir desenhar toda minha vida em prol desse esporte foi a maior loucura. Uma carreira completamente nova, completamente incerta, sem segurança física, mas que eu sou apaixonado, pelo que o esporte é, por compartilhar isso com as pessoas. Seja por foto, por vídeo, pelas mídias digitais, e ao vivo principalmente. Eu adoro criança, adoro brincar com a molecadinha, eles piram com as manobras e eu adoro brincar com eles, isso paga toda essa “loucura”. Apesar de ser de certa forma uma loucura, seria uma loucura maior não correr atrás do meu sonho e do meu propósito. É uma loucura consciente, podemos dizer assim.
7.  O patrocínio da Ipiranga Lubrificantes tem sido uma parceira de muito sucesso. Parceria que acabou de ser renovada pelo 7° ano consecutivo. Conte-nos um pouco como é ter esse suporte e levar a marca em sua moto. 

Desde o começo o patrocínio da Ipiranga Lubrificantes foi uma grande mudança na minha carreira. É lógico que pela parte financeira é excelente, é um esporte caro, um esporte que demanda bastante treino, equipamento caro, manter a pista, então esse suporte é importante. Mas ter uma empresa do porte da Ipiranga apoiando e acreditando no meu trabalho foi incrível. Foi uma injeção de motivação, são poucos atletas que tem o privilégio de ter uma empresa desse porte te apoiando.

Eu entendo a seriedade e o profissionalismo que requer essa parceria, então ela me amadureceu demais como piloto e como pessoa. Eu tenho muito orgulho de levar essa marca pelo Brasil e pelo mundo afora. Como atleta brasileiro, representar uma marca nacional, ter como patrocinador master é muito gratificante.

Todo mundo me reconhece pelo logo da Ipiranga Lubrificantes já, minha marca já tá super linkada com eles, e eu sou muito feliz por isso, a parceria tem sido excelente pra mim, e eu espero poder continuar com ela até o final da minha carreira.

8. Para a execução de uma manobra fluída e precisa, além de um bom lubrificante na moto e muita dedicação do piloto, o que mais não pode faltar?
Motocross estilo livre é um esporte de homem e máquina, então todo seu preparo físico, todo seu trabalho psicológico não vale de nada se seu equipamento não estiver em dia. Nas minhas motos eu só uso lubrificantes e gasolina Ipiranga, porque eu conheço a empresa, eu sei da seriedade dela, e eu confio naqueles produtos. Eu tenho que confiar minha vida na minha moto, no que eu coloco na minha moto, e eu confio nos produtos Ipiranga.Eu acho que o que não pode faltar é um pouco de sorte. Por sorte a gente não toma um tombo, por sorte a manobra sai certinha, por sorte a gente não se machuca no tombo. A sorte é um fator fundamental. Uma frase que eu sempre levo é que quanto mais eu treino mais sorte eu tenho. Treino, sorte, dedicação, preparação, tudo anda junto, e é por esse caminho que eu tento ir sempre.
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